Conferência no Parlamento Europeu discute implicações do Acordo UE-Mercosul

Evento no Parlamento Europeu fortalece a articulação por relações justas entre UE e países da América Latina e Caribe, reafirmando que a luta é o único caminho.

Parte da delegação da Frente Brasileia Contra o Acordo UE-União Europeia na Conferência no Parlamento Europeu. Fotos: The Left

Por redação JSB

A Frente Brasileira Contra o Acordo UE-Mercosul está em Bruxelas e participa da Conferência no Parlamento Europeu, evento que fortalece a luta por relações justas entre União Europeia e países da América Latina e Caribe e acontece paralelamente à Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos e da União Europeia (UE-Celac).

A Comissão Europeia e vários Estados-Membros da UE querem aproveitar a Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos e da União Europeia (UE-Celac) para avançar na ratificação dos acordos comerciais (e de investimento) UE-Mercosul, UE-México, UE-Chile e abrir mercados onde possa obter as suas necessidades industriais de matérias-primas criando “benefícios mútuos e relacionamentos de longo prazo” com países ricos em recursos. Em Bruxelas, a narrativa está mudando, com pressões geopolíticas crescentes, a UE quer fornecer um modelo alternativo de desenvolvimento para o Sul Global por meio da Nova Agenda para as Relações entre a UE e a América Latina e o Caribe (ALC), e com ferramentas como o Portal Global. No entanto, a abordagem de desenvolvimento e cooperação da UE não garante uma Transição Justa.

Conferência “Uma nova relação comercial UE-América Latina para o século XXI”

A América Latina é uma das regiões mais desiguais do mundo e o encolhimento do espaço da sociedade civil e as violações dos direitos humanos continuam a atormentar os povos indígenas e os defensores da terra e da água. Sem fortes medidas de devida diligência, a tentativa de cooperação da UE servirá apenas aos interesses industriais, ao mesmo tempo em que exacerba os limites planetários.

Luta contra os acordos

Em articulação e preparação para manifestar o posicionamento de movimentos sociais e populares diante da realização da Cúpula UE-Mercosul, em maio, reunidos em Brasília, as organizações da Jornada Continental pela Democracia e Contra o Neoliberalismo publicaram um pronunciamento onde afirma que a mesma “deve partir de princípios para garantir a defesa da democracia, a cooperação reparadora do colonialismo e respeitadora da autodeterminação dos povos, a conclusão de bloqueios e a defesa da América Latina e Caribe como território de paz”. (íntegra da declaração no final da matéria)

No Brasil, a Frente Brasileira Contra o Acordo UE-Mercosul tem fortalecido a luta contra esse acordo e denunciando graves aspectos nele previstos. “Rejeitamos categoricamente o Protocolo Adicional ou instrumento interpretativo neocolonial que a UE pretende impor bilateralmente para a assinatura e ratificação final do Acordo UE-Mercosul. É inaceitável a intenção de resolver questões ambientais e/ou de direitos humanos através do sistema de resolução de litígios do Acordo UE-Mercosul, alargando os poderes jurídicos do que deveria limitar-se a um acordo comercial. Defendemos que as questões ambientais e de direitos humanos devem ser resolvidas nas instâncias multilaterais competentes, dotando-as dos mecanismos de exigibilidade e aplicação que requerem face aos problemas da sua esfera de ação, estabelecendo responsabilidades diferenciadas e impondo sanções exemplares”, denuncia um trecho da Declaração da Jornada Continental pela Democracia contra o Neoliberalismo, da qual participa a Frente Brasileira Contra o Acordo UE-Mercosul.

A Rede Jubileu Sul Brasil participa da Conferência no Parlamento Europeu representada por Francisco Vladimir, articulador da Rede Jubileu Sul/Américas para o Cone Sul.

O acordo UE-Mercosul

O acordo comercial entre a UE e o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) é ultrapassado e injusto. Este acordo de livre comércio serve ao interesses das multinacionais em detrimento do planeta, direitos humanos, trabalhadores e pequenos agricultores. Se for ratificado, aumentaria as desigualdades, o desmatamento e o uso de pesticidas tóxicos. Faz parte de um modelo ultrapassado que impulsionará o comércio de produtos nocivos que impulsionam o desmatamento, a crise climática e o envenenamento por pesticidas. Isso vai piorar a opressão dos povos indígenas e camponeses e exacerbar os abusos dos trabalhadores e dos direitos humanos.

Os ativistas pedem mais cooperação entre as duas regiões para enfrentar os grandes desafios sociais e ambientais de nossos tempos e uma mudança de paradigma em direção à justiça comercial.

Declaração da Jornada Continental pela Democracia contra o Neoliberalismo na perspectiva da Cúpula UE – CELAC

Tendo em vista a Cúpula que se realizará em Bruxelas entre a União Europeia (UE) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), a Jornada Continental pela Democracia Contra o Neoliberalismo, articulação de movimentos e organizações sociais, sindicais, camponesas, ambientalistas, feministas, de direitos humanos e de soberania, saúda a possibilidade de diálogo para avançar com propostas que favoreçam os povos da América Latina e Caribe.

Consideramos que, no âmbito da Cúpula, devem ser levados em conta princípios orientadores que garantam a defesa da democracia e a equidade inter-regional, princípios esses que deverão ser enquadrados no âmbito da cooperação para a reparação do colonialismo e do respeito pela autodeterminação dos povos, o fim dos bloqueios e das medidas coercivas unilaterais, a defesa do multilateralismo e a defesa da América Latina e Caribe como território de paz. Ratificamos a nossa denúncia do ilegal e criminoso bloqueio a Cuba por parte do governo dos Estados Unidos e exigimos que a Cúpula UE-CELAC exija a imediata retirada de Cuba da lista unilateral e arbitrária de países promotores do terrorismo da administração norte-americana, por representar um aumento extremo dos efeitos nocivos do bloqueio para toda a população.

Exigimos que a UE e os países do Grupo Central ponham termo à sua política de ingerência e ocupação do território haitiano e que o povo haitiano e as suas organizações sociais e políticas definam soberanamente o seu presente e o seu futuro.

Neste cenário de diálogo, é necessário avançar no reconhecimento e na reparação das dívidas históricas da Europa para com a América Latina e Caribe, acumuladas em matéria ambiental, social e econômica. Este reconhecimento e as vias de reparação são a condição sine qua non para a promoção conjunta de uma solução para a crise da dívida e para a construção de uma arquitetura financeira internacional justa e equitativa.

É inquestionável a necessidade de promover uma verdadeira integração dos povos da América Latina e Caribe com os povos da Europa que tenha em conta as responsabilidades históricas e atuais marcadas pelas crises globais e que, por isso, deve incluir um tratamento especial e diferenciado para os povos da nossa região.

Rejeitamos categoricamente os Acordos de Livre Comércio e de Proteção do Investimento (disfarçados de Acordos de Associação ou outras denominações menos impopulares) como paradigma e eixo da integração e das relações entre as duas regiões, porque visam reduzir o papel do Estado como garante do bem comum e dar privilégios e poder (econômico e político) extraordinários às empresas transnacionais e aos investimentos estrangeiros.

Defendemos a auditoria/revisão/renegociação ou anulação dos Tratados Bilaterais de Proteção e Promoção do Investimento (BIT) e a eliminação do sistema de resolução de litígios investidor-Estado (ISDS). Os litígios, especialmente quando envolvem ou podem envolver violações dos direitos humanos, devem ser resolvidos em tribunais nacionais regulares, onde os direitos humanos são primordiais, e não no sistema de justiça privada pró-corporativa que o regime ISDS representa. Defendemos a renúncia dos nossos países ao Centro Internacional para a Resolução de Litígios em Matéria de Investimento (ICSID) do Banco Mundial.

Para além do acima exposto, consideramos que a Cúpula deve debater um quadro regulamentar internacional e quadros regulamentares nacionais que ponham termo à impunidade das Empresas Transnacionais (ETN) e alarguem o acesso à justiça para as pessoas afetadas pelas suas, indo para além do voluntarismo (diretrizes da OCDE, Pacto Global, Princípios Orientadores), da responsabilidade social das empresas, da conduta empresarial responsável e de quadros de diligência devida estreitos e insuficientes. As empresas transnacionais devem ser responsabilizadas pelas violações dos direitos humanos e do ambiente ao longo das cadeias de produção que controlam e das quais retiram os maiores lucros; as empresas transnacionais devem também ser responsabilizadas pelas crises globais interligadas que afetam as pessoas e o planeta. Exortamos os governos da UE e da CELAC a aprovarem a proposta de um Tratado Vinculativo sobre Empresas e Direitos Humanos no âmbito do Conselho de Direitos Humanos da ONU, mantendo os aspectos que foram levantados pelas organizações da sociedade civil.

Um aspeto prioritário no contexto atual é a rejeição pelos povos da América Latina e da Europa dos termos dos Acordos de Livre Comércio atualizados da UE com o México e o Chile, e do “Acordo de Princípio” alcançado em 2019 entre a UE e o Mercosul.

Rejeitamos categoricamente o Protocolo Adicional ou instrumento interpretativo neocolonial que a UE pretende impor bilateralmente para a assinatura e ratificação final do Acordo UE-Mercosul. É inaceitável a intenção de resolver questões ambientais e/ou de direitos humanos através do sistema de resolução de litígios do Acordo UE-Mercosul, alargando os poderes jurídicos do que deveria limitar-se a um acordo comercial. Defendemos que as questões ambientais e de direitos humanos devem ser resolvidas nas instâncias multilaterais competentes, dotando-as dos mecanismos de exigibilidade e aplicação que requerem face aos problemas da sua esfera de ação, estabelecendo responsabilidades diferenciadas e impondo sanções exemplares.

Os povos da América Latina e Caribe rejeitam a inclusão ou o alargamento do âmbito de alguns capítulos da última geração de Acordo de Livre Comércio (como os que nos referimos), impostos pela UE, que vão muito para além dos aspectos estritamente comerciais e alargam o poder e a esfera de influência das transnacionais na definição das políticas públicas, ajustando-as às suas necessidades e à maximização dos seus lucros nas cadeias de produção. Algumas delas são: Contratos Públicos (Compras Governamentais), Propriedade Intelectual, Transparência (e Coerência Regulatória), Regulação Nacional, Empresas Estatais, Serviços Públicos, Investimentos.

A história das relações entre as duas regiões é atravessada por fluxos migratórios em ambos os sentidos, os migrantes são fundamentais para o desenvolvimento econômico, social, cultural e político das nossas regiões. Exigimos que a sua contribuição seja reconhecida, bem como os direitos dos migrantes a migrar e a não migrar, que se ponha fim à criminalização e à discriminação dos migrantes latino-americanos na UE, garantindo condições de vida e de trabalho dignas.

Por último, defendemos uma reformulação radical das relações governamentais e interpessoais entre a América Latina e Caribe e a Europa, com base na cooperação, solidariedade, igualdade, democracia e sustentabilidade para “garantir uma vida boa para todos” em vez de “assegurar benefícios para alguns”.

Brasília, 31 de maio de 2023

 

Fuente: Jubileu Sul Brasil

Revista Diálogos Caribe N° 3

En este tercer número de la revista Diálogos Caribe les invitamos a conversar sobre las distintas formas en que las fronteras extractivas buscan ampliarse en la región, y sus implicaciones en la vida humana y no humana. Esperamos que la lectura de estos textos contribuya a reflexionar sobre interrogantes como: ¿Puede, o no, el hidrógeno jugar un rol en la transición energética justa? ¿Qué impactos tendrá para los territorios la anunciada minería para la transición? ¿Cómo se enmarcan en la transición proyectos de infraestructura como la ¿Restauración ambiental de los ecosistemas degradados del Canal del Dique, o el de navegabilidad del río Magdalena? ¿Fortalecen el extractivismo o permiten su superación? ¿Puede el turismo ser un sustituto de los ingresos petroleros, como propusieron Petro y Francia en campaña?

Cada vez más comunidades, colectivos, asociaciones, federaciones, organizaciones e iniciativas locales del Caribe se oponen a la expansión de la frontera extractiva respondiendo ante los estragos que han padecido, intentando conservar sus modos de vida o permaneciendo en los lugares que habitan. En muchos casos, esa reacción se ha transformado en una resistencia que cuestiona los conceptos que justifican el extractivismo para reemplazarlos por conceptos y propuestas propias, haciendo suyas banderas históricas de comunidades afrodescendientes como el vivir sabroso.

Por esta razón, sabemos que el diálogo de este tercer número lo han enriquecido las voces de las propias comunidades, quienes nos han compartido a través de formas diversas de escritura, sus experiencias de resistencia y articulación para la defensa de sus modos de vida, sus territorialidades dispuestas al cuidado de la vida y sus alternativas al modelo depredador extractivista.

Revista-Dialogos-Caribe-3

 

Fuente: CENSAT Agua Viva

CONVOCATORIA – FORO: DEBATE SOBRE LA DEUDA EN EL CARIBE

  

La deuda asfixia a los pueblos del Caribe

¡Exigimos Reparación ya!

La coordinación Caribe de la Red Jubileo Sur/Américas, está organizando un Foro sobre la Deuda en el Caribe, el día 19 de mayo a partir de las 15h00 (Caribe)

El objetivo de este foro es abordar acerca de la gravedad de la situación de los pueblos del Caribe, asfixiados por una inmensa e insostenible deuda ilegal, ilegítima y criminal. La mayoría de los países de la región están sufriendo duramente las trágicas consecuencias de los procesos de endeudamiento que son un elemento central en el sistema de dominación y de saqueo de nuestros países. 

La situación del endeudamiento de los países caribeños se ha agravado durante y después de la crisis sanitaria, con las nuevas iniciativas de las IFIs y con las tensiones inflacionarias sobre los precios de los alimentos, de los recursos energéticos y las crisis cambiarias. Este foro quiere también presentar un breve resumen de las luchas de los pueblos caribeños frente a la dominación de la deuda. 

Examinaremos varios casos y procesos de lucha que priorizan los reclamos para obtener reparación. Reparación del crimen de la esclavitud, del colonialismo, de los procesos de recolonización y de los crímenes de destrucción ecológica. Estos procesos priorizan a los pueblos como actores centrales, revirtiendo el discurso oficial común sobre la deuda, mostrando que somos nosotr@s l@s acreedores de una inmensa deuda histórica, social y ecológica. 

Esperamos que este foro será la ocasión de conocer más estos heroicos procesos de resistencia, y estimular a más organizaciones y movimientos sociales de la región, a poner la lucha contra la deuda en su agenda de movilización e involucrarse más en la lucha contra la dominación imperialista y capitalista y la construcción de alternativas radicales. 

Este foro será dividido en tres momentos:

  •  En un primer momento, presentaremos una breve radiografía de la situación de endeudamiento de los países del Caribe. Analizaremos las nuevas tendencias impulsadas por las IFIs y el peligro de las nuevas estrategias de crecimiento supuestamente verdes. 
  •  En un segundo momento, vamos a profundizar sobre las iniciativas y procesos de lucha contra la deuda, contra el ecocidio y los crímenes de lesa humanidad cometidos contra los pueblos de la región a través de algunos casos emblemáticos.
  • En un tercer momento, discutiremos sobre las prioridades de la lucha contra la dominación de la deuda en interrelación con procesos continentales (por ejemplo, la campaña Bolívar versus Monroe), la presencia y participación de las organizaciones caribeñas en la 2.ª conferencia sobre soberanía financiera en septiembre 2023, la jornada continental contra el neoliberalismo y la movilización de en Marrakech contra el FMI y el Banco Mundial en octubre 2023. 

Entre cada momento los participantes podrán expresarse a través de preguntas, sugerencias y comentarios. Al final tendremos un momento para adoptar algunas orientaciones para las luchas anti-imperialistas de los próximos meses. 

Para inscripciones:

 https://us02web.zoom.us/webinar/register/WN_hs6c3QB9QTKc4746ajyYtA

 

¡NO DEBEMOS! ¡NO PAGAMOS! ¡SOMOS LOS ACREEDORES!

Organizaciones de Haití piden a Caricom rechazar intervención militar

Puerto Príncipe, 16 feb (Prensa Latina) Organizaciones de Haití pidieron a la Comunidad de Caribe (Caricom) rechazar una intervención militar en el país caribeño, a propósito de la conferencia que reúne hoy a jefes de Gobierno regionales en Nasáu, Bahamas.

Más de 30 plataformas escribieron una carta abierta a los jefes de Gobierno de Caricom y demandaron que la región “deje de ser la caja de resonancia de las antiguas potencias coloniales esclavistas, hoy convertidas en potencias imperialistas”.

De acuerdo con las organizaciones, la intervención desafía el derecho del pueblo haitiano a la autodeterminación y contribuye a mantener en el poder al primer ministro Ariel Henry, a quien califican de ilegítimo y sin capacidad para decidir en nombre del país.

Además, aseguran que la ocupación permitirá reforzar la tutela impuesta con vistas a lograr el control político sistemático de Haití para consolidar mejor la injerencia extranjera y garantizar el saqueo de sus riquezas.

En la misiva, los firmantes critican que el llamado Core Group, formado por representantes de países como Canadá, Estados Unidos, Francia, así como por la ONU, OEA y la Unión Europea, es responsable de la situación actual de Haití con la legitimación de las pandillas que operan en el territorio.

También reclamaron a Caricom desmarcarse del primer ministro que, a su juicio, no tiene la voluntad de aportar las soluciones esperadas y exigieron a Francia la restitución de la deuda histórica de la esclavitud.

lam/ane

Fuente: https://www.prensa-latina.cu/2023/02/16/organizaciones-de-haiti-piden-a-caricom-rechazar-intervencion-militar

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Nota relacionada:

El texto completo de la Carta de las organizaciones haitianas a los gobiernos de la CARICOM está disponible aquí:
https://haitinominustah.wordpress.com/#:~:text=Sigue%20leyendo%20%E2%86%92-,Organizaciones%20haitianas%20piden%20urgente%20solidaridad%20activa%20a%20la%C2%A0CARICOM,-16/02/2023

 

Fuente: Haiti no MINUSTAH

Organizaciones haitianas piden urgente solidaridad activa a la CARICOM

Puerto Príncipe, 14 de febrero de 2023

CARTA ABIERTA A LOS JEFES DE GOBIERNO DE LA CARICOM

“El Caribe no debe seguir siendo la caja de resonancia de las antiguas potencias coloniales, esclavistas, hoy potencias imperialistas”

Honorables Jefes de Gobierno de los siguientes Estados:

Surinam, Antigua y Barbuda, Bahamas, Barbados, Belice, Dominica, Granada, Guyana, Santa Lucía, San Vicente & Las Granadinas, Trinidad & Tobago, Jamaica, Bermudas, San Cristóbal y Nieves, Islas Vírgenes Británicas, Islas Turcas y Caicos

            Las organizaciones haitianas signatarias de la presente, hemos aprendido que la 44ª Reunión de la Conferencia de Jefes de Gobierno de la Comunidad del Caribe (CARICOM) se realizará en Nassau, Bahamas, los días 15 y 16 de febrero.  Esta Conferencia estará marcada por la presencia del Primer Ministro canadiense, Justin Trudeau, como invitado especial y la de Ariel Henry, el muy difamado Primer Ministro de facto impuesto al pueblo haitiano por el Core Group.  Se anuncia en un comunicado oficial de fecha 11 de febrero de 2023 (Ottawa, Ontario) que, durante esta reunión, «el Primer Ministro tratará de avanzar con ciertas prioridades comunes, sobre todo con la prosecución de la asistencia al pueblo de Haití… Esta reunión ofrecerá a los líderes la oportunidad de explorar formas que permitirían a la región continuar ayudando al pueblo haitiano en cuestiones políticas, de seguridad y humanitarias».  Además, “también discutirán su apoyo a las soluciones lideradas por los haitianos, ante la actual situación en Haití que está teniendo consecuencias devastadoras para la gente de ese país. Como socio inquebrantable, Canadá intervino para responder a esta situación atroz.  En particular, brindó asistencia a la Policía Nacional de Haití y desplegó un avión de patrulla de largo alcance para interrumpir las actividades de las pandillas”.

            Ya no hace falta demostrar que las bandas todopoderosas por designio, con derecho de vida o muerte sobre el pueblo, son los trabajadores políticos de la Internacional. Están allí para reforzar la inseguridad, una fabricación criminal que lleva la firma del Core Group que incluye, entre otros, a la OEA, Canadá, Francia y los Estados Unidos de América con la complicidad indefectible del régimen PHTK de los oligarcas, y de los políticos haitianos corruptos y criminales, etc.  En estas condiciones, ¿cómo podemos creer que el Sr. Trudeau tendría la voluntad de aprovechar esta reunión para supuestamente «explorar medios que permitan a la región continuar ayudando al pueblo haitiano en los niveles político, de seguridad y humanitario», como alegó el comunicado de prensa?

Honorables Jefes de Gobierno de la CARICOM

            Desde el 7 de octubre de 2022, el actual Primer Ministro se ha puesto, al igual que sus ministros, un espantoso disfraz de TRAIDOR A LA NACIÓN al exigir la intervención militar extranjera en suelo nacional, delito de alta traición, penado por el artículo 21.1 de la Constitución.  El Sr. Ariel Henry también es producto puro de un twit emanado del Core Group, en otras palabras, las acciones tomadas por este supuesto Primer Ministro son la expresión de la voluntad del Core Group y no del pueblo haitiano.  Aquí nuevamente se burlan de las prescripciones de la Constitución y el derecho a la libre determinación del pueblo haitiano. En consecuencia, el primer ministro Ariel Henry, marioneta del Core Group, no tiene ni título, ni calidad y ni legitimidad que lo autorice a decidir en nombre del pueblo haitiano.

            Por lo tanto, cualquier decisión que se tome con este señor solo será vinculante para él y sus acólitos y de ninguna manera afectará a Haití ni al pueblo haitiano en lucha. Nosotros, las organizaciones firmantes, rechazamos de antemano cualquier proyecto de resolución que pretenda apoyar a este Primer Ministro de facto Ariel Henry y sus acólitos o el acuerdo mafioso del pasado 21 de diciembre pasado, último intento del Core Group por salvar este incompetente y títere Primer Ministro.

 Las expresiones de angustia del pueblo haitiano acorralado por el Core Group y el poder mafioso del PHTK

            Las bandas, verdaderos terroristas de turno, operan con total impunidad, con una facilidad asombrosa y una arrogancia aterradora.  Muy bien armadas y altamente protegidas, estas bandas y los colaboradores locales, bajo el auspicio del Core Group, han logrado crear una situación caótica de anarquía donde el pueblo haitiano ahora vive bajo el signo de la inseguridad estatal planificada, de la represión política sistematizada, de asesinatos políticos selectivos, de bandolerismo gubernamental asumido y de secuestros diarios programados. En este momento, la guerra no declarada abiertamente y no asumida por las potencias imperialistas entra en su fase final de podredumbre donde los derechos fundamentales a la vida, a la seguridad, a la libre circulación, a la alimentación, a la educación, a la salud… son prácticamente inexistentes.

 Honorables Jefes de Gobierno de la CARICOM

            Los invitamos a no dejarse arrastrar por la lógica criminal de las potencias imperialistas que se empeñan en asfixiar o hacer desaparecer a Haití y también los exhortamos a una profunda reflexión política sobre la repugnante situación de nuestro país para comprenderla mejor y ayudarnos a superarla.

            Las organizaciones haitianas signatarias, no podemos olvidar este pasado común marcado por hechos significativos que unen a Haití con el Caribe en resonancia con el perfil de nuestros ancestros, esclavos rebeldes y victoriosos.  Así, el rebelde Boukman nos conecta con Jamaica de donde fue expulsado por su actitud rebelde.  El héroe haitiano, Henri Christophe, constructor de la Ciudadela, monumento que ahora forma parte del Patrimonio Mundial de la Humanidad, nos pone en contacto con la isla caribeña de Granada de dónde provenía.

Hermanos países de la CARICOM, es hora de que el Caribe deje de ser la caja de resonancia de las antiguas potencias coloniales esclavistas, convertidas ahora en potencias imperialistas.  Y que la solidaridad activa sea la contraseña privilegiada.

            El pueblo haitiano espera encontrar entre ustedes varios Solidarios reales de su causa y les agradece de antemano su solidaridad concreta para ayudarlo a salir de este peligroso callejón sin salida y hacerse cargo de su destino.  Así, podrá reclamar y obtener restituciones y reparaciones.  Lo que Haití más necesita como ayuda, en esta dinámica, para salir de este nefasto impasse es:

  • El fin del apoyo indecente de la internacional en particular de los EE.UU., Canadá y Francia al gobierno criminal PHTK de Ariel Henry, un gobierno de facto que no tiene ni la voluntad ni la capacidad de aportar las soluciones esperadas;
  • Un Haití soberano, libre del yugo genocida de las potencias imperialistas y como lo señaló el ex enviado estadounidense Daniel Foote en su carta de renuncia: el derecho de los haitianos a poder tomar su destino en sus propias manos;
  • Apoyo real para ayudar a socavar y romper el muro de silencio levantado para evitar que las acciones criminales de las potencias imperialistas, del Core Group, y en particular del gobierno de EE.UU. contra el pueblo haitiano, no sean conocidas por todos;
  • Apoyo a la no intervención militar internacional en Haití o al no envío, en detrimento del derecho a la libre determinación del pueblo haitiano, de tropas militares con el fin de ayudar a mantener en el poder a Ariel Henry y su camarilla, para reforzar la tutela impuesta con miras a lograr un control político sistemático de Haití para consolidar mejor la injerencia extranjera y asegurar el saqueo de sus riquezas;
  • Restitución por parte de Francia, además de la deuda histórica de la esclavitud, del dinero sustraído al amparo de una falsa deuda de independencia y reparación de todos los agravios sufridos;
  • La doble restitución por parte de los EE.UU.: por un lado, de nuestra reserva de oro llevada por sus Fuerzas Armadas el 17 de diciembre de 1914 y, por otro lado, de la isla de Navase, restituciones seguidas de reparaciones.
  • Reparaciones por parte de la ONU para las familias de las 30.000 víctimas del cólera;

 Honorables Jefes de Gobierno de la CARICOM

            Esperamos que la 44ª Reunión de la Conferencia de Jefes de Gobierno de la Comunidad del Caribe (CARICOM) sea una ocasión para un gran despertar y que la CARICOM no se vuelva cómplice de estas antiguas potencias coloniales, esclavistas y racistas y deje de ser su caja de resonancia.

            Las organizaciones firmantes, queremos terminar recordándoles estas palabras tan significativas de Desmond Tutu: “Si uno es neutral en situaciones de injusticia, ha elegido el lado del opresor porque la neutralidad siempre ayuda al opresor, nunca a la víctima”.  En esta dinámica, le recomendamos que, en el caso del pueblo haitiano que actualmente se encuentra en una situación de extrema amenaza, tome una posición para ayudarlo a conjurar el peligro.

 ¡Viva la solidaridad entre los pueblos del Caribe y Haití!

 ¡Viva la solidaridad de los pueblos del mundo entero con Haití!

Firman:

Alternative Socialiste (ASO) / Jean Hénold Buteau et Jean-Paul Bastien

ALBA MOVIMIENTOS, ChapitreHaiti/Islanda Micheline Aduel

KONAKOM, Dunois Erick Cantave

Inisyativ Patriyòt Maryen (IPAM) / Hugues Célestin

Latibonit Kanpe pou Ayiti (LAKAY) / Rigaud Velumat

Mouvman Revolisyonè pou Liberasyon Mas yo (MORELIM) / Nelio Petit-Homme

COMIPOL/ Ernso Ertilus et Julio Fils Cham

Osnel Jean-Baptiste / Journaliste engagé

Union Nationale des Normaliens-nes d’Haïti (UNNOH) / Peguy Noel

Kolektif Solidarite, Idantite ak Libète (KASIL) / Rudy Prudent

Centrale Nationale des Ouvriers Haïtiens (CNOHA) / Dominique St Eloi

Konbit Ayisyen pou Lojman Altènatif (KAYLA) / Francia Pierrette

Obsèvatwa pou Egalite (OPE) / Jean Claudy Aristil

Platfòm Ayiti Vèt (PAV) / Saico Jean Michel Sévère

Union Syndicale des Transporteurs Haïtiens (USTRAH) / Venès Junior Many

Asosyasyon Viktim Masak Leta nan Katye Popilè yo (AVIMEKP) / Nevelson Jean-Baptiste

Respect des Ouvriers Haïtiens de la Manufacture (ROHM) / Camito Sainclair

Collectif des Planteurs Responsables pour l’avancement d’Haïti (COPRAH) /

Rezo Òganizasyon Nòdwès / Kerby Joseph

Fowòm Sitwayen nan Sid (FOSID) / Rejean Fontaine

Platfòm Oganizasyon pou Ideyal Bwawon Tonè / Hugues-Capè Mondésir

Gary Lindor MOSSO/AVIMB /

Kowòt Patriyotik / Francisco Alcide

Cercle Grégory Saint-Hilaire / Cilien Luxenat

Armand Joseph Jules / Citoyen engagé

Cri Castro / Wismanie Perrin

Fòs Dèlma 32 / Clerveaux Fritznel

Fanm Vanyan pou sove Souverennte Ayiti / Myrlène Deshommes

Sèk Janil / Bedouby Nobert

MSTH-ROZO / Mario Maisonneuve

ESKANP/ Mario Coty

ROZO/Mirtha Elie

AJSOCH/ Jean Thony Forest

FOSYNPO/Gedeon Junior Georges

FRAKKA/ Francois Philippe

ZOULA/ Pierre Dieudonné Delice

Oganizasyon Konbit Aksyon Popilè / James Francisque

Schneider Alcereste / NOUVOLIB

Kolektif Atis Angaje (KATAN) / Kébert Bastien

Konbit Òganizasyon Sendikal, Politik ak Popilè / Josué Mérilien

Plateforme Haïtienne de Plaidoyer pour un Développement Alternatif (PAPDA) / Camille Chalmers

Mouvman Leve Kanpe pou yon Lòt Endepandans / Patrick Joseph

Para autenticación :

Camille Chalmers / PAPDA

Rudy Prudent / CASIL

Josué Mérilien / KONBIT

 

Fuente: Haiti no MINUSTAH